Bruxismo e placas oclusais

Você aperta ou range os dentes à noite com frequência? Alguma vez seus familiares notaram que faz ruídos com os dentes enquanto dorme?

O bruxismo noturno é uma atividade neuromuscular de função irrelevante, presente em nossa espécie, e mais acentuada em algumas pessoas do que outras. Alterações do sono, estresse, ansiedade e patologias dentárias ou algumas alterações oclusais (relação entre os dentes) podem predispor ao problema. Pode aparecer em adultos e crianças.

Se não ocorrer com frequência ou não estiver relacionado a sintomas – dores na face, cansaço muscular, dificuldade de mastigar ou movimentar a mandíbula para abrir a boca ou comer um sanduíche, por exemplo, o bruxismo não representa um transtorno maior. Os desgastes nos dentes também são uma preocupação. Quando presentes, merecem atenção; assim como se trincas ou fraturas em restaurações dentárias passam a ocorrer.

Alguns pacientes apertam ou mesmo rangem seus dentes enquanto acordados. É o que chamamos bruxismo em vigília. Embora tolerado por algumas pessoas, é frequente que pessoas com essa alteração apresentem sintomas de dor na face ou na cabeça. Intervenções comportamentais são úteis no controle do bruxismo diurno (mais do que placas oclusais), com diminuição dos sintomas em intensidade e frequência, se o paciente colabora e adere ao tratamento.

O uso de placas oclusais diminui a intensidade e os efeitos do bruxismo sobre os dentes, articulações temporomandibulares e músculos mastigatórios. Devem ser usadas todas as noites, e também em momentos que o indivíduo esteja em atividades que exijam concentração, como estudos e trabalhos intelectuais ou no computador. Prestem atenção como frequentemente deixamos os dentes em contato durante essas atividades!

Placas bem manufaturadas, em resina acrílica ou resinas prototipadas em impressoras 3D costumam ser bastante duráveis. Os cuidados incluem adequada higiene (com escova e creme dental, ou xampu/sabão neutro), guarda em estojo apropriado – protegido de animais de estimação (eles adoram os cheirinhos dos donos) e do calor. Devem ser ajustadas periodicamente. A placa tem uma superfície que encaixa nos dentes (pode ser superior ou inferior) e a outra superfície é geralmente lisa, com contatos ajustados em diferentes posições e movimentos pelo profissional responsável.

O tratamento das disfunções inicia em um diagnóstico adequado. Placas oclusais são muitas vezes indicadas no início do tratamento, para controle de sintomas e também auxílio no diagnóstico. É frequente que um paciente com muitas áreas de desconforto e dor de difícil localização de origem, retorne após alguns dias de uso do dispositivo, apontando os sítios exatos da dor. Isso permite conduzir intervenções melhor dirigidas, pelos profissionais envolvidos, seja o cirurgião-dentista, fisioterapeuta ou médico neurologista.

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